Após um período de queda, o preço do boi gordo apresentou uma recuperação parcial em julho, impulsionado pelo aumento no consumo doméstico de carne bovina e pela menor oferta de animais a pasto. Segundo o indicador calculado pelo Cepea/B3, a arroba bovina voltou a ser negociada acima de R$ 230 esta semana, um patamar que não era alcançado desde maio.
Fatores que contribuíram para a Recuperação
A elevação no preço pode ser atribuída a diversos fatores. Primeiramente, a redução na oferta de animais a pasto, comum nesta época do ano devido à menor disponibilidade de forragem, resultou em uma diminuição no número de animais prontos para o abate. Além disso, o aumento na demanda interna por carne bovina, que costuma crescer nos meses de inverno, ajudou a sustentar os preços.
Desempenho no Primeiro Semestre
No entanto, é importante contextualizar essa recuperação no cenário mais amplo do primeiro semestre de 2024. Durante esse período, a arroba bovina acumulou uma queda de 7,7%. Isso se deve, em grande parte, à disponibilidade recorde de carne bovina no mercado brasileiro. Segundo cálculos do Cepea, baseados em dados do IBGE e da Secretaria de Comércio Exterior, o volume de carne disponível no primeiro semestre deste ano superou em 14,43% o registrado no mesmo período do ano passado, atingindo cerca de 3,58 milhões de toneladas.
Perspectivas para o Setor
As perspectivas para os próximos meses indicam um possível equilíbrio entre oferta e demanda. Com a aproximação da primavera e a expectativa de melhoras nas condições das pastagens, a oferta de animais deve aumentar, o que pode pressionar os preços novamente. Por outro lado, a manutenção de um consumo interno aquecido e a recuperação das exportações podem atuar como fatores de sustentação para as cotações.
Os pecuaristas seguem atentos ao mercado e às condições climáticas, que desempenham um papel crucial na oferta de animais. Além disso, as políticas de incentivo à exportação e as negociações comerciais com outros países continuam sendo pontos de atenção para o setor.
A recuperação parcial observada em julho é um alívio para os produtores, mas o cenário ainda exige cautela e planejamento para enfrentar os desafios do segundo semestre.
Fonte: Globo Rural
Foto: Wenderson Araujo/CNA