O Iporá Esporte Clube já tem data para voltar aos gramados na Divisão de Acesso do Campeonato Goiano. A estreia está marcada para o dia 21 de maio, em Rio Verde. Depois, a equipe fará dois jogos em casa contra Grêmio Anápolis e Morrinhos. A queda para a segunda divisão veio após oito temporadas consecutivas entre os grandes do estado.
A montagem do elenco está em andamento. O presidente Auecione Alves da Silva trabalha para firmar parcerias, especialmente com o Brasiliense Futebol Clube, equipe com a qual mantém forte ligação. Ex-jogador do time candango e vice-campeão da Copa do Brasil em 2002, Auecione utilizou seu bom relacionamento para viabilizar a vinda de sete atletas do Brasiliense para reforçar o Iporá.
A comissão técnica também já foi definida: o treinador será Henrique Araújo, conhecido por Kiko, ex-goleiro profissional e figura conhecida no futebol local. Kiko já comandou o Iporá anteriormente, inclusive conseguindo classificação para a segunda fase no Campeonato Brasileiro da Série D.
A apresentação oficial do elenco acontecerá no dia 14 de abril. Serão pouco mais de 30 dias de pré-temporada até a estreia. A diretoria ainda busca mais reforços, mas prefere manter os nomes em sigilo até que as contratações sejam oficializadas.
Desafios financeiros
O cenário financeiro é desafiador. Segundo o presidente Auecione, apenas com a comissão técnica o custo mensal será de R$ 18.900. Um jogador com qualidade compatível à competição custa, no mínimo, entre R$ 4 mil e R$ 5 mil de salário. Para montar um elenco competitivo, a folha salarial deverá girar entre R$ 80 mil e R$ 90 mil mensais, incluindo despesas com alimentação, transporte, viagens e aluguel. Destaque ofensivo, um atleta de meio-campo para frente, pode receber entre R$ 8 mil e R$ 9 mil por mês.
A diretoria aguarda o repasse de recursos aprovados ainda na gestão anterior da Prefeitura, e já há tratativas com a prefeita Mayza Cunha, que se comprometeu a buscar formas de apoiar o clube.
Para reforçar o caixa, o Iporá lançará 100 camisas comemorativas pelos 25 anos do clube, com vendas destinadas à arrecadação de recursos.
Na Divisão de Acesso, os desafios são ainda maiores, já que a Federação Goiana de Futebol (FGF) fornece apenas materiais de treino, agora não há garantia de custeio de hospedagens e viagens, como ocorre na elite. Além disso, o clube não terá direito à ajuda da Nota Fiscal Goiana, um incentivo reservado apenas aos clubes da primeira divisão.
O presidente da FGF, Ronei Freitas, prometeu tentar viabilizar um apoio extra para os clubes da Divisão de Acesso, mas ainda não há confirmação oficial.
A história do Iporá
O Iporá Esporte Clube nasceu de uma conversa informal após uma partida entre Juventude e Serra Negra de Piranhas. Auecione, Divino Pains e o médico Leandro Neto discutiram a ideia em um bar no bairro Sossego. A sugestão de Auecione foi aproveitar o CNPJ do Central Futebol Clube, um time amador da cidade, o que facilitou a fundação do novo clube.
O Iporá estreou na terceira divisão e logo na segunda tentativa conquistou o acesso para a Divisão de Acesso. Depois, brilhou ao alcançar a elite do futebol goiano, onde permaneceu por oito anos, até a queda em 2024.
Agora, o desafio é recomeçar. A paixão da cidade pelo futebol, a união de forças e a tradição construída prometem ser combustível para a nova caminhada do Lobo Guará rumo à elite novamente.

