Marcos Chagas, produtor rural de Caiapônia compartilhou um panorama positivo sobre a safra deste ano, destacando o sucesso do plantio e as condições climáticas favoráveis que impulsionaram o desenvolvimento das lavouras. Em entrevista à Rádio Diocesana de Caiapônia (RDR), Chagas afirmou que, ao contrário do ano anterior, marcado por uma seca severa, as chuvas deste período facilitaram o processo de plantio e o crescimento das plantas.
“Finalizamos o plantio e, graças a Deus, foi um plantio muito abençoado, com bastante chuva, que facilita a vida do produtor. Esse ano não tem o que falar sobre perder áreas por falta de chuva. O cenário é muito otimista em relação à produtividade”, afirmou Chagas, destacando que o êxito do plantio já representa um avanço importante para a colheita.
No entanto, o produtor alerta para os desafios logísticos que podem surgir, uma vez que a alta concentração de plantio na mesma época pode causar congestionamentos em armazéns e dificuldades de transporte e colheita. “Podem surgir filas em armazéns e falta de caminhões ou colheitadeiras. Muitos produtores plantaram praticamente tudo na mesma época, e para aproveitar a janela de plantio do milho, muitas fazendas trabalharam 24 horas, como foi o caso da nossa”, destacou.
Chagas também abordou as especulações em torno da capacidade de armazenamento e a possibilidade de uma supersafra. Ele acredita que, mesmo com uma estimativa de 172 milhões de toneladas para a safra 2024/25, a infraestrutura do Brasil está preparada para lidar com essa demanda. “Já tivemos uma safra de 166 milhões de toneladas no Brasil e, mesmo com o aumento previsto, não vejo problema, pois muitos armazéns foram construídos recentemente e continuam sendo erguidos em várias regiões.”
Outro ponto importante levantado por Chagas foi a questão dos preços dos grãos. Ele observou que o milho, que chegou a ser comercializado por 38 reais durante a colheita, hoje é vendido a 65 reais. A soja, por sua vez, teve uma valorização semelhante, sendo negociada a 135 reais por saca para quem tem estoque. “Hoje, o Brasil já não tem soja suficiente para a próxima safra. É esperado que o país precise importar pelo menos 3 milhões de toneladas para atender à demanda das fábricas de óleo e ração”, completou.
Apesar dos desafios logísticos e econômicos, Marcos Chagas reforçou a importância da preparação e da resiliência do setor agropecuário. “Estamos sempre atentos, acompanhando e nos precavendo para garantir que, independentemente dos desafios, a produtividade seja maximizada”, concluiu.