Quem diria? Em meio ao barulho político e econômico provocado pelo tarifaço de Donald Trump contra o Brasil, a moeda americana acabou tropeçando… e o Real, que muitos adoram declarar “fraco”, fechou o mês como a moeda mais forte do planeta frente ao dólar, com valorização de 3,7%.
A cotação, que beirava R$ 5,60, recuou para perto de R$ 5,41 em apenas 30 dias. E não foi milagre: o Brasil surfou na alta das commodities, na enxurrada de capital estrangeiro e na Selic estratosférica, que continua seduzindo investidores famintos por rentabilidade.
Mas o empurrão decisivo veio de fora. O Dollar Index, termômetro da força global do dólar, desabou cerca de 20% em 2025. Expectativas de cortes de juros nos EUA, somadas aos ataques de Trump ao próprio Banco Central americano, criaram um clima de insegurança que empurrou investidores para longe de Wall Street e mais perto de mercados emergentes.
O resultado? Uma inversão curiosa: mesmo sendo protagonista nas transações internacionais, o dólar vê parte do dinheiro migrar para economias que até pouco tempo eram tratadas como “instáveis” — e o Brasil, que não perde uma boa briga política, agora colhe frutos dessa maré.
Simões Filho | Rede Diocesana de Rádio








