Diretora Anailda Borges anuncia reabertura do EJA Noturno em Caiapônia

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O Jornal RDR recebeu, na manhã desta terça-feira (21), a professora Anailda Borges, diretora do Colégio Estadual de Período Integral Nossa Senhora do Monte Serrate (CEPI), para uma entrevista especial sobre o retorno da modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) no turno noturno em Caiapônia. A retomada foi oficialmente autorizada pela Secretaria Estadual de Educação de Goiás, atendendo a uma antiga demanda da comunidade.

Durante a entrevista com o jornalista Rogério Bessa, Anailda explicou que o objetivo principal do programa é oferecer oportunidade de conclusão dos estudos a jovens e adultos que não puderam estudar no período regular, seja por motivos de trabalho, distância ou outras dificuldades.

“Quem faz a escola não é o diretor nem o professor. Quem faz a escola são os alunos. E o EJA é uma forma de abrir novamente as portas do conhecimento para quem, por algum motivo, precisou interromper sua trajetória escolar”, destacou a diretora.

O EJA Noturno do CEPI Nossa Senhora do Monte Serrate ofertará turmas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, com aulas no prédio do Cotec, onde o colégio funciona temporariamente. As matrículas já estão abertas, e os interessados podem procurar a secretaria da escola para realizar a inscrição. A idade mínima para participar é 15 anos completos.

Segundo Anailda, a reabertura do programa representa uma conquista coletiva, resultado de pedidos constantes da população e de articulações com a Secretaria Estadual de Educação. Ela lembrou que a modalidade presencial havia sido encerrada em 2022 devido à baixa frequência dos alunos, mas o cenário mudou.

“A comunidade sempre pediu para voltarmos com o ensino noturno. Recebemos cobranças de pais, trabalhadores e lideranças locais. Agora, com apoio do governo estadual, estamos prontos para oferecer novamente essa oportunidade. Mas, para que o programa continue, é essencial que os alunos mantenham o compromisso de concluir cada etapa”, reforçou.

A diretora explicou ainda que, por ser uma modalidade acelerada, o EJA permite que cada semestre corresponda a uma etapa de ensino. Assim, em apenas seis meses, o estudante pode concluir um ciclo e avançar para o próximo. Para garantir a continuidade, a escola implantará um contrato pedagógico, no qual cada aluno se comprometerá a permanecer até o fim do módulo.

Além do EJA regular, Anailda também destacou o trabalho desenvolvido no sistema prisional de Caiapônia, onde ela atua como responsável pelas turmas de EJA Prisional. Lá, os internos têm acesso à educação formal, podendo inclusive reduzir a pena com base na frequência e nas leituras realizadas.

“A educação dentro do presídio tem um papel fundamental na ressocialização. Nossos professores vão até lá, lecionam e ajudam essas pessoas a se prepararem para uma nova vida quando saírem. É uma forma de devolver dignidade e esperança”, ressaltou.

Outro ponto abordado na entrevista foi a avaliação do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica), aplicada recentemente nas escolas estaduais e que mede o desempenho dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática. Os resultados do SAEB, combinados com os do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), ajudam o governo a avaliar a qualidade do ensino e definir metas de melhoria.

“O SAEB é essencial para que o governo saiba onde precisamos melhorar. É uma forma de mensurar a aprendizagem e garantir que nossos alunos estejam recebendo um ensino de qualidade”, explicou a diretora.

Anailda aproveitou também o espaço para convidar os pais e responsáveis dos estudantes do CEPI Nossa Senhora do Monte Serrat para uma reunião especial nesta quinta-feira, às 8h da manhã, na biblioteca da escola, em comemoração ao Dia da Família. O encontro contará com um café da manhã e uma roda de conversa sobre notas, comportamento e participação familiar na vida escolar dos filhos.

“A família precisa estar presente. A escola não pode caminhar sozinha. Quando os pais acompanham de perto, o aprendizado é muito mais efetivo”, reforçou.

Ao encerrar a entrevista, Anailda fez questão de compartilhar um relato pessoal sobre sua trajetória educacional, destacando que também foi aluna do CEPI e que estudou à noite enquanto trabalhava durante o dia.

“Eu sou fruto do ensino noturno. Estudei, trabalhei e conquistei meu espaço. Sei o quanto é difícil, mas também o quanto vale a pena. Por isso, faço esse convite com o coração: quem parou de estudar, volte. A escola está de portas abertas, e nós estamos prontos para ajudar cada um a trilhar seu caminho de volta à educação.”

A entrevista encerrou com elogios da comunidade e da equipe do Jornal RDR ao trabalho da diretora e da equipe escolar. O EJA Noturno em Caiapônia representa, mais uma vez, um passo importante para a inclusão, a valorização do conhecimento e o fortalecimento da educação pública no município.
Confira abaixo a entrevista