Acompanho eleições desde 1982, mas por meio de conversas com amigos mais veteranos conheço algumas histórias pitorescas de antes dessa época. E descobri que as mentiras sempre existiram em período eleitoral.
Às vezes me questiono: será que não é possível fazer política sem mentiras? Percebo que em algumas ocasiões o candidato até que tenta não mentir, mas seus cabos eleitorais acabam soltando a chamada mentirinha do gasto que para muitos se transforma em verdade. Os marqueteiros são mestres nessa prática. Isso faz muita gente inocente definir o voto baseado na mentira.
Para ilustrar essa reflexão, cito aqui duas dessas mentiras que acabaram virando verdades na cabeça de muita gente de São Luís de Montes Belos. Certa vez, quando a maioria das pessoas vivia na zona rural, inventaram que o candidato a prefeito favorito disse não se interessar por voto de chapéu atolado. O tal candidato acabou perdendo a eleição. O inventor da mentira me confidenciou a autoria da invenção, décadas após.
Me lembro também que, em 1998, numa eleição estadual, o candidato a governador favorito perdeu a eleição porque os apoiadores do seu adversário chegavam nas cidades interioranas e diziam para os moradores que o candidato, até então preferido por eles, pregava que aquela cidade seria curral eleitoral dele e que nem precisava fazer campanha lá.
Agora com as redes sociais essas mentiras citadas são insignificantes, pois as mentiras de agora são muito mais cabeludas e disseminadas com facilidade. É por essas e outras que muitos cidadãos dizem estar desacreditados na política. Sonho um dia haver uma eleição sem mentiras e sem necessidade de gastos.
Assim as melhores pessoas poderiam colocar seus nomes à disposição de igual pra igual. Claro que não sou pretensioso ao ponto de imaginar que isso ocorra enquanto vivo por aqui. Mas se meu tetraneto (a) vivenciar essa realidade estarei satisfeito.