Em entrevista à Rede Diocesana de Rádio, transmitida pela Rádio Serra Azul em Caiapônia, o Padre Carlos Arantes Gouvea trouxe reflexões sobre o Halloween e seu impacto no imaginário das crianças e jovens católicos. Ele apontou que o Halloween, longe de ser uma celebração cristã, representa valores que podem conflitar com a tradição católica, e destacou a importância de celebrar o Dia de Todos os Santos, em 1º de novembro, como uma alternativa que promove exemplos de santidade.
“Ao adotar fantasias que representam personagens do folclore ou do Halloween, podemos alterar a imagem e semelhança de Deus presente em cada um de nós”, afirmou o Padre Carlos. Ele incentivou a conscientização dos católicos, sobretudo das crianças e adolescentes, para que busquem inspirações mais alinhadas com os ensinamentos cristãos, como o exemplo de santos e santas, que representam virtudes a serem seguidas. “Amanhã, dia 1º de novembro, é o Dia de Todos os Santos, uma ocasião perfeita para inspirar o coração de nossos jovens rumo à santidade”, enfatizou.
Reflexão sobre o Halloween e suas origens não cristãs
O Halloween, popularmente associado a festas, fantasias e tradições folclóricas, tem ganhado popularidade no Brasil, mas o padre alerta sobre a necessidade de reflexão em torno de seu significado. “Não é uma celebração de inspiração cristã ou católica”, reforçou ele, sublinhando que muitos valores que cercam a data podem destoar dos ensinamentos da Igreja. O padre recomendou que os fiéis ponderem sobre as influências dessa data e como ela pode ser substituída por celebrações que fortalecem a fé e a imagem de Deus, especialmente para o público infantil.
Além disso, o sacerdote recordou a importância do Dia do Saci, uma celebração do folclore brasileiro que também ocorre em 31 de outubro e que oferece uma alternativa cultural mais próxima da realidade nacional. Padre Carlos elogiou a iniciativa de promover o Saci como um símbolo do folclore brasileiro e uma representação da cultura nacional.
Dia da Reforma Protestante: um marco histórico
Outro ponto de reflexão trazido pelo Padre Carlos foi o Dia da Reforma Protestante, também celebrado em 31 de outubro, uma data marcante para as igrejas cristãs que se originaram a partir do movimento iniciado por Martinho Lutero, em 1517. “O Dia da Reforma é um momento importante para o diálogo ecumênico”, explicou ele, destacando que o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs no Brasil, do qual a Igreja Católica faz parte, reforça a comunhão de ideias e o diálogo entre diferentes denominações cristãs.
O Pe. Carlos, explicou que, ao afixar as suas 95 teses na porta da Igreja de Wittenberg, na Alemanha, Martinho Lutero, um monge agostiniano, deu início ao que seria conhecido como Reforma Protestante, propondo mudanças à doutrina católica. Após ser excomungado pelo Papa Leão X em 1520, Lutero fundou o movimento luterano, que se tornou uma vertente independente do cristianismo. “A Reforma é um ponto histórico delicado, mas que também proporciona reflexões sobre fé e unidade”, observou o padre.
O Pe. Carlos encerrou a sua participação incentivando os católicos a refletirem sobre suas escolhas culturais e a valorizarem as celebrações que enaltecem a fé e os ensinamentos cristãos. “Precisamos conscientizar nossos jovens sobre as raízes de nossa fé e incentivar uma identidade que fortaleça o que é cristão”, concluiu o sacerdote, enfatizando a relevância do Dia de Todos os Santos como uma oportunidade de fortalecer a devoção e a busca pela santidade.