Foi uma cirurgia difícil e trabalhosa”, diz Calil após separar gêmeas siamesas em Goiânia

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“Foi uma cirurgia difícil e trabalhosa, mas conseguimos”, afirmou o cirurgião pediátrico Zacharias Calil após coordenar, neste fim de semana, o procedimento que separou as gêmeas siamesas Kiraz e Aruna no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia. A operação durou 19 horas, envolveu 50 profissionais e foi concluída na madrugada de domingo (11). As crianças seguem internadas na UTI em Estado estável.

A cirurgia contou com a atuação de 16 especialistas, entre cirurgiões pediátricos, urologistas, ortopedistas, cirurgiões plásticos e anestesistas. Ao todo, o procedimento envolveu 50 profissionais da saúde, incluindo instrumentadores, enfermeiros e técnicos. “Agora as meninas seguirão na UTI. É claro que não estão livres de risco porque as complicações no pós-operatório podem ocorrer, mas vamos torcer para que tudo dê certo”, afirmou Zacharias.

Equipe multidisciplinar e especialistas renomados
A cirurgia contou com a atuação de 16 especialistas, entre cirurgiões pediátricos, urologistas, ortopedistas, cirurgiões plásticos e anestesistas. Ao todo, o procedimento envolveu 50 profissionais da saúde, incluindo instrumentadores, enfermeiros e técnicos.

Entre os destaques da equipe estavam o cirurgião plástico Rogério Hamu, filho de Calil; o urologista pediátrico Hélio Buson; e a cirurgiã pediátrica Célia Britto, que veio de Salvador especialmente para a operação. “Esses casos são sempre muito complexos e demandam uma equipe multidisciplinar grande, com profissionais que tenham alguma expertise. Eu sou uma dessas parceiras ao longo dos últimos anos”, explicou Britto.
O médico Hélio Buson detalhou um dos momentos mais delicados da cirurgia: a separação das bexigas. “Cada criança tinha dois ureteres e os dois ureteres de cada uma eram inseridos em sua respectiva bexiga. A nossa grande preocupação foi simplesmente separar as duas bexigas e isso foi feito. Nós também conseguimos reconstruir o esfíncter urinário, então existe uma grande chance de elas conseguirem desenvolver continência urinária no futuro.”

Segundo procedimento no Hecad
Esta foi a segunda cirurgia de separação de siameses realizada no Hecad, desde sua inauguração em dezembro de 2021. A primeira foi das gêmeas Heloá e Valentina, moradoras de Morrinhos (GO), separadas em janeiro de 2023.

Segundo boletim médico divulgado neste domingo (11), Kiraz e Aruna seguem em ventilação mecânica e em dieta zero. “A equipe multiprofissional segue acompanhando atentamente a evolução das pacientes, considerando o pós-operatório como uma fase crítica que requer monitoramento contínuo”, informou a unidade.

por Elysia Cardoso/Diário de Goiás

Equipe com 16 especialistas participou da separação de siamesas em Goiânia. Fotos: Eliane Barros.