O fim do El Niño em 2024 marca uma mudança importante no cenário climático global. Depois de quase um ano de influência, o fenômeno foi oficialmente encerrado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) em 13 de junho. Com isso, o Oceano Pacífico entra em um período de neutralidade que deverá se manter até o início da La Niña, esperado entre julho e setembro deste ano.
O El Niño, caracterizado pelo aquecimento anômalo das águas do Pacífico, ocorre ciclicamente a cada dois a sete anos. Seus efeitos vão além do oceano, afetando significativamente o clima global. No Brasil, o El Niño de 2024 intensificou eventos climáticos extremos, como enchentes no Sul, secas no Norte e ondas de calor prolongadas. Até o momento, o país já enfrentou quatro episódios de calor extremo este ano, sendo o mais recente entre abril e maio, que durou cerca de duas semanas.
Apesar de não atingir a intensidade do El Niño de 2015/16, o fenômeno deste ano foi significativo. O aquecimento global, atualmente em níveis recordes, agravou os impactos climáticos, tornando-os ainda mais severos. A combinação de El Niño e as mudanças climáticas globais resultou em um período de eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos.
O meteorologista Willians Bini, da FieldPRO, destaca que o El Niño atuou como um catalisador para esses eventos, intensificando e aumentando sua frequência. Segundo Bini, embora o El Niño tenha desempenhado um papel crucial, não foi o único fator responsável pelas condições climáticas adversas.
Com o fim do El Niño, há uma expectativa de que os padrões climáticos se estabilizem temporariamente. No entanto, a transição para a La Niña traz novas incertezas sobre o clima nos próximos meses. Especialistas e autoridades climáticas permanecem em alerta para monitorar e mitigar os potenciais impactos da mudança de fase climática.
A atenção agora se volta para a preparação e adaptação às novas condições que poderão surgir com a chegada da La Niña, destacando a importância de estratégias de resiliência climática para enfrentar os desafios futuros.
Fontes: Globo Rural
Foto: Mauricio Tonetto / Secom