Foto: Marcelo Min
No cenário do mercado de biocombustíveis em São Paulo, o mês de junho iniciou com uma notável estabilidade nos preços do etanol, enquanto o açúcar enfrentou uma queda significativa. De acordo com os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, as distribuidoras reportaram poucas transações na primeira semana do mês. A expectativa inicial era de uma queda nos preços do etanol, impulsionada pelo aumento na oferta de biocombustível, devido à necessidade de algumas usinas de “fazer caixa” para pagamentos de salários. No entanto, os dados do Cepea revelaram que, embora a oferta tenha crescido, não foi de forma generalizada o suficiente para resultar em reduções substanciais de preços.
Os vendedores mantiveram-se firmes em suas negociações, atentos ao bom desempenho das vendas de etanol hidratado na ponta varejista e às atuais cotações do açúcar. Durante o período de 3 a 7 de junho, o indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado fechou em R$ 2,3062 por litro (líquido de ICMS e PIS/COFINS), registrando um leve recuo de 0,06% em comparação com o período anterior. Quanto ao etanol anidro, o preço foi de R$ 2,6170 por litro, apresentando uma ligeira queda de 0,22% no mesmo comparativo.
Essa dinâmica contrastante entre os preços do etanol e do açúcar reflete a complexidade do mercado de biocombustíveis, influenciada por uma série de fatores, desde a oferta e demanda até as condições climáticas e as tendências de mercado. Enquanto a estabilidade nos preços do etanol pode ser atribuída à oferta crescente, mas não uniforme, e à firmeza dos vendedores, a queda no preço do açúcar sugere uma pressão de oferta nesse mercado específico.
Em suma, o início de junho testemunhou uma interação única entre os dois principais produtos do setor, com o etanol mantendo uma posição de estabilidade enquanto o açúcar enfrentava uma queda de preços. Essas tendências são cruciais para entender não apenas o comportamento atual do mercado, mas também para informar as decisões futuras dos players do setor de biocombustíveis.
Fonte: Globo Rural