Lançado em São Paulo no ano de 2017 por João Dória, quando ele assumiu a prefeitura da capital paulista, o modelo de prefeito midiático tem se tornado praticamente uma regra nas cidades brasileiras, inclusive em municípios de nossa região. Temos presenciado nas redes sociais a exposição sem limite de prefeitos conversando com os moradores e anunciando benefícios para suas respectivas comunidades. Vejo essa prática como positiva por entender que o prefeito (a) não deve ficar só no gabinete e em viagens. Gosto dessa proximidade e acessibilidade. Agora, essa forte exposição pode também gerar desgastes e mais cobranças por parte da sociedade. E a mesma disposição que o gestor tem para falar de coisas boas, precisa existir ao tratar de assuntos complexos levantados pelos munícipes. Se ele fugir disso, terá problema com sua reputação e credibilidade. Como ainda estamos nos primeiros medes de gestão em nossos municípios, será que os prefeitos midiáticos estão cientes dessa realidade? Se ainda estiverem embriagados com a eleição ou reeleição alcançada e com a popularidade inicial em alta, também com o alto número de visualizações e curtidas recebidas pelas suas postagens, imagino já ser o momento deles caírem na real e se prepararem para as adversidades que poderão surgir naturalmente, inclusive nas redes sociais. Tem prefeito (a) que faz até gracejos em vídeos. Sugiro que exercite a Inteligência Emocional que será necessária nos momentos que não couberem gracinhas, sobretudo nos embates que poderão surgir. O equilíbrio emocional será exigido nessas ocasiões. É preciso lembrar que muita exposição também gera muita cobrança, e a lua de mel entre político e leitor tem prazo de validade, e é bom o gestor estar preparado para essa situação. Isso também é administrar.
Aparecido Eterno
Jornalista da RDR
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