A raiva é uma zoonose grave, viral e 100% letal, tanto para os animais quanto para os seres humanos. A informação é da fiscal estadual agropecuária Tatiane Vilela-Leite, responsável pela unidade local da Agrodefesa em Caiapônia. Em entrevista ao Jornal RDR, ela alertou os produtores sobre a importância da vacinação e da vigilância permanente no campo.
A doença afeta todos os mamíferos, incluindo cães, gatos, bovinos, equinos, javalis e até humanos. Segundo Tatiane, o principal transmissor da raiva no Brasil é o morcego hematófago, que se alimenta de sangue. “O ciclo de transmissão pode ocorrer no meio silvestre, urbano, rural e aéreo. Um animal mordido por morcego pode contaminar os demais da propriedade”, explicou.
Entre os sinais clínicos da raiva nos bovinos estão isolamento, salivação excessiva, falta de apetite, coceira na região da mordida, tremores, pedalagem e, por fim, morte por asfixia. “O vírus se espalha rapidamente. Por isso, qualquer suspeita exige ação imediata do produtor, que deve isolar o animal e notificar a Agrodefesa sem tentar contato direto, a não ser com o uso de equipamentos de proteção individual”, destacou a fiscal.
A confirmação da doença é feita por meio de análise laboratorial do cérebro do animal após a morte. O material é enviado devidamente embalado e protegido ao Labvet, em Goiânia.
Caiapônia integra a lista dos 119 municípios goianos considerados de alto risco para a raiva. Por isso, a vacinação é obrigatória em duas etapas: a primeira, realizada em maio, é destinada a todos os bovinos, bubalinos e equídeos, de qualquer idade. Já a segunda, em novembro, é voltada apenas aos animais com até 12 meses de idade.
Mesmo que o produtor não tenha animais a vacinar na segunda etapa, é obrigatório declarar essa informação no sistema da Agrodefesa. “O controle é essencial para proteger os rebanhos e evitar prejuízos econômicos e sanitários”, ressaltou Tatiane.
As vacinas estão disponíveis em estabelecimentos agropecuários credenciados pela Agrodefesa desde 29 de abril, e a venda segue até 15 de junho. Após a compra, o produtor deve armazenar a vacina corretamente e aplicá-la com responsabilidade. É obrigatório registrar a vacinação no sistema da Agrodefesa, informando corretamente a faixa etária e o número de animais na propriedade.
Além da vacinação, o controle populacional dos morcegos também faz parte das medidas de combate à raiva. A Agrodefesa realiza ações com pastas vampiricidas em regiões com alta incidência de ataques. “O morcego volta à mesma presa, e ao lamber a pasta anticoagulante espalha o veneno no abrigo, reduzindo a colônia”, explicou a fiscal.
A vacinação é obrigatória no município, considerado de alto risco pela Agrodefesa . Ouça a entrevista completa abaixo|Foto: Reprodução