Com a chegada do final de janeiro, mês dedicado à conscientização sobre saúde mental, a Rede Diocesana de Rádio recebeu no estúdio da Rádio Rio Claro 91,9 FM, nesta sexta-feira, o psicólogo e escritor Eldes Gonçalves para um bate-papo sobre o tema.
A campanha Janeiro Branco deste ano teve como tema “O que fazer pela saúde mental agora e sempre”. Assim como o início de um novo ciclo, o mês de janeiro oferece uma oportunidade para as pessoas refletirem sobre suas vidas, estabelecerem novas metas e, especialmente, cuidarem de aspectos emocionais que frequentemente acabam sendo negligenciados.
O psicólogo Eldes Gonçalves destaca que procurar ajuda psicológica não é um sinal de fraqueza, mas sim um passo importante para o fortalecimento emocional e a construção de uma vida saudável.
Apesar dos avanços nas discussões sobre psicologia e saúde mental, Gonçalves ressalta que o tema ainda é pouco discutido na sociedade. “Muitos fatores ainda contribuem para que temas como esse sejam cercados de estigmas, como a ideia de que quem busca ajuda psicológica é fraco ou está ‘louco’. Esse pensamento pode gerar um grande medo de falar sobre o assunto”, aponta o psicólogo. “Ainda há uma necessidade de conscientização sobre a saúde mental. Precisamos quebrar tabus, incentivando o diálogo, que muitas vezes é fundamental para a harmonia nas famílias”, complementa.
Para desmistificar os conceitos errôneos sobre saúde mental na sociedade, ele enfatiza a importância de mais educação, informação, palestras e eventos, além da promoção da busca por ajuda profissional.
Gonçalves reforça que a saúde mental é tão essencial quanto a saúde física. “O Janeiro Branco vem para encorajar as pessoas a procurarem apoio profissional sem medo ou vergonha”, afirma.
Sinais de alerta e o impacto da era digital
O psicólogo também alerta para sinais que podem indicar a necessidade de ajuda psicológica, como ansiedade, irritabilidade, mudanças de humor, isolamento social, dificuldade para relaxar, insônia e o afastamento de atividades sociais. “Esses são alguns dos sinais de que algo não está bem e que é importante procurar ajuda especializada.”
Em relação à era digital, Gonçalves observa que o uso excessivo de dispositivos móveis tem sido uma das principais queixas em seu consultório. “É comum pessoas ficarem mais de 10 horas por dia no celular. As redes sociais, por exemplo, são um lugar onde vemos apenas as coisas boas da vida, mas nem sempre a realidade é assim. Isso pode gerar frustração e até sentimentos de inferioridade”, explica.
Ele sugere que as pessoas busquem utilizar a tecnologia de forma mais moderada, especialmente em horários de descanso, para evitar impactos negativos à saúde mental.
A importância do exemplo na educação familiar
Gonçalves também faz um alerta importante para os pais. “Lembre-se de que os filhos são os espelhos dos pais. Se você deseja que seu filho tenha controle sobre o tempo no celular, mostre esse controle na prática”, aconselha. Ele enfatiza a importância da empatia, especialmente com os adolescentes. “Em vez de julgar, é necessário entender o que eles estão passando. Às vezes, um simples ‘eu sei o que você está vivendo, porque já passei por isso’ pode fazer toda a diferença.”
Cuidando da saúde mental em todas as idades
O psicólogo também destacou a importância do cuidado com a saúde mental em todas as fases da vida. “Na velhice, muitas pessoas sentem-se inúteis ou sem propósito. Esse sentimento pode agravar problemas como a depressão, e, em casos extremos, levar à tentativa de suicídio. Devemos estar atentos a isso e oferecer apoio”, alerta.
Mensagem final: cuidar da saúde mental é um compromisso constante
O cuidado com a saúde mental deve ser uma prioridade ao longo de toda a vida. “Não importa a sua idade, a saúde mental precisa de atenção constante. Cuide de sua saúde, tanto física quanto emocional”, finaliza Eldes Gonçalves.
Texto por Mona Lima
