O crescimento desordenado de Iporá já começa a gerar problemas típicos de grandes centros urbanos, principalmente no que diz respeito ao estacionamento na região central da cidade. Em dias de movimento normal, encontrar uma vaga, especialmente nas proximidades das agências bancárias, se tornou um desafio para motoristas.
A falta de organização e fiscalização agrava a situação. A demarcação exclusiva para motos praticamente desapareceu e, atualmente, motociclistas estacionam entre os carros, ocupando espaços destinados a veículos de maior porte, muitas vezes permanecendo o dia inteiro nas vagas.
Nesta semana, um episódio chamou a atenção dos moradores. Uma motorista relatou ao Jornal RDR que, ao estacionar sob uma árvore em via pública, foi abordada por um morador que alegou ser o “dono” da vaga. Indignada, ela desabafou:
“É absurdo! A rua é pública e ninguém pode se apropriar de um espaço que é de todos”, afirmou a condutora.
A revolta se espalhou também entre os ouvintes da Rádio RDR. Um morador, de 60 anos, expressou sua perplexidade:
“Em toda minha vida nunca vi algo tão bizarro. Vaga de rua com dono? Onde já se viu isso?”.
Casos semelhantes se multiplicam na cidade. No centro, um chaveiro ocupa parte da praça pública e ainda fixou uma placa que proíbe o estacionamento no local, com a marca e o nome de seu negócio, como se fosse uma extensão de sua loja.
Outro episódio inusitado foi registrado na Avenida Pará, onde um estabelecimento comercial colocou uma placa na calçada reservando vagas públicas exclusivamente para seus clientes. A via, que é de uso comum, está sendo privatizada de maneira irregular.
Ainda, é comum em Iporá o rebaixamento completo de guias em frente a imóveis residenciais e comerciais, prática que na maioria das vezes resulta na ocupação irregular da via pública. A legislação de trânsito prevê que o rebaixamento deve ser parcial e respeitar a circulação pública, o que nem sempre é observado.
Diante desse cenário, a população cobra da gestão pública medidas urgentes para organizar o espaço urbano e garantir o cumprimento das leis. O estacionamento desordenado, além de gerar conflitos, compromete a mobilidade e a harmonia da cidade.
