CAIAPÔNIA CELEBRA 152 ANOS DE HISTÓRIA

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Caiapônia, no sudoeste goiano, é hoje reconhecida como a Capital das Cachoeiras, título concedido por lei estadual sancionada pelo governador Ronaldo Caiado. Mas a trajetória dessa terra vai muito além do turismo: é uma história que remonta há mais de 11 mil anos, marcada pela presença ancestral dos índios caiapós, pelas lutas dos colonizadores, pelo avanço da fé, do trabalho e da cultura.

A data marca não apenas o surgimento oficial do município, mas também uma trajetória marcada por desafios, colonização, conflitos e progresso. De vila com apenas sete casas a um dos maiores territórios goianos, Caiapônia construiu uma história singular entre rios, serras e capítulos da memória nacional.

De terra indígena à colonização mineira

Antes da fundação do povoado, o território era lar dos índios caiapós, que viviam entre as matas e cursos d’água da região. Evidências arqueológicas, como as pinturas rupestres de Palestina, indicam ocupações humanas com mais de 11 mil anos.

A colonização começou na década de 1830, quando famílias oriundas de Minas Gerais migraram para o centro-oeste após conflitos e perdas familiares. Famílias como Junqueira, Vilela, Goulart e Andrade instalaram-se às margens do Córrego Buriti, trazendo sementes, gado, escravizados e os costumes que moldariam a futura vila.

O crescimento veio lentamente, mas não sem atritos. Conflitos com os povos indígenas marcaram parte do século XIX, resultando em confrontos violentos que deixaram cicatrizes profundas na memória local. Um dos episódios mais lembrados é o ataque de 1900, que vitimou parte da família Goulart de Andrade e se tornou símbolo das tensões entre colonos e nativos.

A religiosidade sempre esteve presente na história de Caiapônia. A primeira capela foi erguida em 1845, e a atual matriz passou por reformas e reconstruções ao longo dos anos. A cidade também abrigou a antiga Igreja de Nossa Senhora do Rosário, construída por mãos escravizadas e hoje desaparecida.

Com o aumento da população, sistemas de abastecimento simples foram implantados, como o famoso rego d’água do Buriti, que percorria as ruas e abastecia casas e monjolos. Estruturas como essa foram fundamentais para o desenvolvimento urbano do início do século XX.

Patrimônio natural e desenvolvimento

Caiapônia soma hoje mais de 150 cachoeiras catalogadas, algumas com mais de 80 metros de queda, atraindo turistas de todo o país. O ecoturismo impulsiona a economia local, juntamente com o agronegócio, principal motor econômico do município.

O município também se destaca por sua dimensão territorial — terceiro maior de Goiás em extensão — e pela produção de soja, milho e gado, com mais de 500 mil cabeças bovinas em seu território.

Na infraestrutura, os avanços são notáveis: mais de 90% das ruas estão asfaltadas, a cidade possui abastecimento universal de água tratada e ampla cobertura de rede de esgoto, além de investimentos contínuos em educação, esporte e lazer.

Redação Rede Diocesana de Rádio | Simões Filho RDR

Foto: Reprodução | CÂMARA MUNICIPAL DE CAIAPÔNIA

Foto: Luciano Guimarães/Secom-GO DESTAQUE