Setembro Amarelo: Psicóloga orienta que é importante conversar e combater o estigma sobre o suicídio

Compartilhe:

Dando continuidade à cobertura especial do Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio e à valorização da vida, o Jornal RDR recebeu nos estúdios a psicóloga Cícera Rejane, profissional do EMUTE — Equipe Multiprofissional da Atenção Primária à Saúde de Iporá. Com longa atuação na Secretaria Municipal de Saúde, Cícera trouxe informações relevantes, dados preocupantes e orientações fundamentais sobre o tema.
Segundo a psicóloga, falar sobre suicídio ainda é um grande tabu, envolto por desinformação, medo e estigma. Mas, para ela, o silêncio pode ser perigoso.
Cícera alerta para os números alarmantes: são mais de 700 mil suicídios por ano no mundo, sendo aproximadamente 14 mil só no Brasil — o que representa uma média de 38 mortes por dia. “É um dado assustador que precisa ser enfrentado com seriedade e empatia”, destacou.
A psicóloga enfatiza que, infelizmente, a maioria dos casos ocorre entre jovens de 12 a 29 anos, justamente em uma fase de grande potencial de vida, sonhos e projetos.
A boa notícia, segundo ela, é que o suicídio pode ser prevenido. A chave está na escuta, no acolhimento e no acesso ao suporte emocional e psicológico. “Buscar ajuda é o primeiro passo. É preciso ficar atento aos sinais que muitas vezes aparecem de forma sutil”, explicou.
Este ano, a campanha tem como lema “Conversar pode mudar uma vida”, e, nesse sentido, a Secretaria Municipal de Saúde tem promovido ações com grupos de escuta, rodas de conversa, oficinas terapêuticas e atendimentos individualizados por meio da equipe multiprofissional.
Apesar da dificuldade de abordar o tema, falar sobre suicídio é uma das formas mais eficazes de prevenção, segundo a especialista. “Ignorar ou minimizar o sofrimento de alguém pode ser fatal. Já ouvir com empatia e orientar para a busca de ajuda profissional pode salvar vidas.”
Cícera também compartilhou a origem da campanha Setembro Amarelo, que teve início em 1994, nos Estados Unidos, após o suicídio de um jovem chamado Mike Emme, de apenas 17 anos. Cheio de vida e talento, Mike havia restaurado um carro Mustang amarelo, que se tornou símbolo da campanha. A cor e o lema “Se precisar, peça ajuda” se espalharam pelo mundo desde então.
O Jornal RDR agradece à psicóloga Cícera Rejane pela participação e pelas informações tão relevantes para a nossa comunidade. Lembramos que prevenir o suicídio é uma responsabilidade de todos. Escutar sem julgar, acolher com empatia e incentivar a busca por ajuda profissional pode, sim, mudar — e salvar — vidas.
Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades emocionais, procure a unidade de saúde mais próxima ou ligue para o CVV (Centro de Valorização da Vida), no número 188 — atendimento gratuito e sigiloso, 24 horas por dia. Você não está sozinho. Falar é a melhor solução.