O Brasil vive um período de constantes transformações tecnológicas, e uma das mudanças mais marcantes no setor de comunicação foi o fim das transmissões de rádio em amplitude modulada (AM). A maioria das emissoras do país migrou para a frequência modulada (FM), seguindo uma diretriz governamental. Essa transição inclui as emissoras da Rede Diocesana de Rádio, como a Rádio Vale da Serra, de São Luís de Montes Belos; Rádio Rio Claro, de Iporá; e Rádio Serra Azul, de Caiapônia.
As transmissões em AM deixaram de existir, deixando ouvintes e profissionais do ramo em um misto de nostalgia e necessidade de adaptação. Em Iporá, Hélio Ponciano, conhecido por mais de quatro décadas de trabalho no conserto e manutenção de aparelhos de rádio, lamenta a situação.
A Mudança Vista no Dia a Dia
Segundo Hélio, diariamente cerca de 10 pessoas procuram seu estabelecimento buscando entender por que os rádios não sintonizam mais as transmissões em AM. Ao explicar que o problema não está no aparelho, mas no fim das transmissões, ele percebe a frustração de muitos.
“Alguns aparelhos só funcionam no AM e, com isso, se tornaram obsoletos. Eu sempre oriento meus clientes a guardarem esses rádios como peças decorativas ou lembranças dos velhos tempos”, comentou.
Sinais dos Novos Tempos
Apesar de se adaptar à nova realidade, Hélio sente que a mudança trouxe desafios tanto para os ouvintes quanto para os profissionais da área. “É um sinal dos novos tempos. A gente precisa se ajustar, mas não deixa de ser triste ver aparelhos que antes eram tão importantes serem deixados de lado”, disse ele.
A migração para o FM trouxe benefícios, como maior qualidade de som e alcance ampliado em algumas regiões, mas também evidenciou um lado emocional: o vínculo afetivo de muitos brasileiros com os rádios antigos e suas histórias.
O caso de Hélio Ponciano e de seus clientes reflete a transição de uma era tecnológica para outra, onde o velho cede espaço ao novo, mas a saudade do que foi vivido permanece.
Foto Hélio Ponciano – conserto de rádio 📻
