Trabalhadores Rurais em Palestina e Caiapônia Denunciam Problemas no Transporte Escolar

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Trabalhadores rurais assentados nos municípios de Palestina e Caiapônia, em Goiás, relataram ao Conselho Tutelar das duas cidades as dificuldades enfrentadas com o transporte escolar. Na semana passada, alunos dos assentamentos Padre Ilgo Schneider e Querência apresentaram queixas significativas sobre as condições do transporte, destacando a precariedade e a ineficiência do serviço.

Gerailton, representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), de São Luis de Montes Belos, expressou sua preocupação com a situação. Ele afirmou que o transporte escolar na região está em condições deploráveis e fez um apelo urgente para que as empresas responsáveis melhorem o serviço. “O transporte é de humanos, não de mercadorias”, enfatizou. Segundo Gerailton, a Kombi designada para o transporte escolar operou apenas seis semanas nos últimos seis meses, embora os pagamentos tenham sido realizados regularmente.

A situação é crítica, conforme relatado pela aluna Fernanda, que descreveu uma rotina exaustiva para frequentar a escola. “Chegamos muito tarde em casa. “Nós, as crianças ficamos cerca de 40 minutos esperando o transporte no escuro”, disse ela. Outro aluno compartilhou que sai de casa às 8h da manhã e chega em Palestina às 11h50, sem ter se alimentado, só conseguindo fazer uma refeição às 15h. Após as aulas, os alunos esperam pela Kombi e chegam em casa apenas às 21h, ficando cerca de sete horas sem comer.

Nildete, mãe de um aluno, participou de uma audiência pública em Caiapônia para discutir o problema, mas disse que nenhuma solução foi apresentada. Ela mencionou períodos de até 30 dias sem transporte escolar enquanto o veículo estava em manutenção. Além disso, ela reclamou da falta de merenda escolar adequada e das longas esperas no escuro.

Paulo Ricardo, outro estudante, reforçou as dificuldades, destacando a longa espera e o impacto na sua rotina diária. “Saímos de casa às 8h da manhã e enfrentamos muita demora. É desumano”, afirmou.
Diante dessas queixas, os Conselhos Tutelares de Caiapônia e Palestina de Goiás se uniram para investigar as condições do transporte escolar na zona rural. No dia 8 de junho de 2024, representantes dos conselhos se deslocaram até o Assentamento Padre Ilgo para ouvir as denúncias diretamente dos alunos e suas famílias. Eles vão fazer os encaminhamentos às autoridades competentes para resolver o caso, informou um dos conselheiros Lindomar Neres.

Além de reivindicar melhorias imediatas no transporte escolar, Gerailton e outros membros da CPT pedem a implantação de uma escola de formação técnica e ensino médio na zona rural, onde atualmente só existe o ensino fundamental. Essa iniciativa visa oferecer uma educação mais completa e de melhor qualidade para os jovens da região.

A situação evidencia a necessidade urgente de intervenções para garantir que os estudantes rurais tenham acesso adequado à educação, sem enfrentar as severas dificuldades atualmente impostas pela ineficiência do transporte escolar.