Partido não se acaba fora do poder

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Já ouvi, por inúmeras vezes, analistas dizerem que o partido X acabou, simplesmente após uma derrota nas urnas depois de anos no poder. Mas não consigo concordar com essa afirmação após analisar a história política do meu estado.

Em 1998 e em 2002 muita gente disse que o MDB estava morto com as derrotas de Iris Rezende e Maguito Vilela nas disputas pelo governo de Goiás. Anos depois, ambos se tornaram novamente líderes decisivos na política goiana e mantendo o MDB no protagonismo político.

E foi por meio de parceria com esse partido que, na opinião de muitos entendidos do ramo, estava morto, que Ronaldo Caiado (UB) conseguiu chegar ao Senado e depois ao governo. Por isso demonstra gratidão à sigla tendo como vice e futuro candidato à sua sucessão Daniel Vilela, nome de destaque do MDB.

Agora tem gente dizendo que o PSDB acabou após as derrotas de Marconi Perillo nas últimas eleições para o senado. Imagino que seja uma afirmação equivocada, como foi engano de muitos afirmar que o PT havia acabado após a derrota de Fernando Hadad para a Presidência da República em 2018. O partido conseguiu eleger o presidente quatro anos depois.

Mas não é só por isso, até porque um partido não é importante só na situação. Quando faz uma oposição de qualidade se torna também um protagonista das decisões. E como precisamos de bons opositores para o bem da democracia! Aliás, até mesmo para quem ocupa a situação.

Imagino ser muito monótono um governante só receber anuência durante seu mandato. Ele nem terá condições de avaliar o que está certo e o que está errado em seu governo. Precisamos de partidos fortes na situação e na oposição. E quem fica muito tempo de um lado, precisa ficar do outro lado para se reoxigenar e revelar novos quadros para garantir o seu futuro. É por essa e outras que, na minha modesta avaliação, o fato de um partido sofrer derrota nas urnas não quer dizer que ele esteja acabado.

Foto: Jovem Pan