Colheita acelerada pressiona preços do milho, aponta Cepea.

A colheita do milho no Brasil está em pleno vapor, com um ritmo que supera o registrado no ano anterior, conforme revelado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP. Esta aceleração tem exercido uma pressão significativa sobre os preços do grão, resultando em quedas notáveis em várias regiões produtoras. De acordo com dados recentes do Cepea, o indicador do milho com base na região de Campinas (SP) registrou um preço médio de R$ 57,85 por saca de 60 quilos, refletindo uma queda de 2,54% desde o início de junho.

A dinâmica atual do mercado também é caracterizada por negociações mais lentas no segmento spot. Os produtores, embora estejam começando a aumentar o volume disponibilizado, enfrentam uma parcela cautelosa que limita a oferta, preocupada com os potenciais impactos do clima adverso sobre as lavouras. Por outro lado, do lado da demanda, observa-se uma estratégia de conservação dos estoques por parte dos consumidores. Estes preferem receber lotes negociados antecipadamente ou utilizar os estoques existentes, adquirindo apenas quantidades mínimas no mercado spot, à espera de possíveis novas desvalorizações.

Neste contexto, a incerteza em relação aos impactos do clima sobre a produção de milho permanece como um fator-chave a ser monitorado de perto. A hesitação dos produtores em aumentar significativamente a oferta, aliada à estratégia conservadora dos compradores, contribui para uma dinâmica de mercado mais cautelosa e, por vezes, instável. O desafio, tanto para os produtores quanto para os compradores, reside em encontrar um equilíbrio entre a gestão de riscos e a tomada de decisões estratégicas, diante de um cenário marcado por múltiplas variáveis influenciadoras.
Fonte: Adaptado de informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.

Foto: AEN/Divulgação