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Precisamos de maturidade política

Escrito por em 26 de maio de 2023

Como seria bom se as políticas públicas fossem projetos de estado ou de município, e não de governos! Tudo que um gestor faz, ele quer demonstrar que é algo criado por ele, e que só ele poderia realizar.

Evidente que cada gestor tem suas prioridades e particularidades, mas aquilo precisa ser tratado como algo público e feito naquela época por conta das necessidades da população. E o erro não está só em quem exerce o poder.

O negócio é tão sério que se um cidadão respeitado na cidade participa de uma inauguração de obra, os comentaristas de plantão, para não dizer outra palavra, divulgam aquilo como se o tal cidadão fosse companheiro político do gestor e contra quem está na oposição.

E a partir daí, tanto a obra, quanto o cidadão que a prestigia, são criticados por aqueles que anseiam por assumir o poder nas próximas eleições. Não podemos ter amigos que militam na política se não quisermos ser tratados como inimigos por quem atua na oposição.

Ainda carecemos de maturidade para conseguimos discernir quando um cidadão está numa inauguração como correligionário do grupo que comanda o município ou como alguém satisfeito com aquilo que foi executado, indiferente de quem idealizou a tal obra.

Quem atua nos bastidores da política ou como inventores de assuntos inverídicos nas redes sociais chegam a cogitar possíveis candidaturas de pessoas, simplesmente pelo fato delas terem aceitado um convite para estarem em um evento.

Isso é muito perigoso, pois bons cidadãos citados assim podem se tornar vítimas do preconceito e da difamação. Até porque quem se sentir contrariado com aquela suposta candidatura, irá imputar defeitos àquele bom vivant e publicá – los com o propósito de minar algo que nunca passou pela cabeça da vítima, que por sua vez, sofrerá sérios prejuízos em sua reputação.

Nossa vida seria mais leve se não houvesse a ganância pelo poder e se tivéssemos liberdade para dialogarmos com qualquer político e participarmos de qualquer tipo de evento, sem que contrariássemos interesses de quem não quer ver o adversário cercado ou prestigiado por pessoas boas.

E por falar em evento, quem está no poder sofre outro agravante: se promove festa, a oposição diz que ele está gastando dinheiro público de forma irresponsável com coisas supérfluas. Se não promove festa, é taxado como alguém que não oferece momento de lazer para a população.

“Se faz o povo fala, se não faz fala também”. Como cantam Cezar e Paulinho. O ideal seria que, passadas as eleições, pudéssemos ser parceiros dos mandatários para o bem da coletividade. A não ser que houvesse escândalo na gestão.

Muita gente que não atua na política poderia contribuir muito, de forma voluntária, com as políticas públicas, ajudando os políticos eleitos, se não houvesse essa picuinha e a obrigação que nos é imposta de termos lado até em períodos não eleitorais. Sonho com essa maturidade política.


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